O que depressão tem a ver com doença cardíaca?
A depressão é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo, e será um dos principais problemas de saúde pública nas próximas décadas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), já são 350 milhões de pessoas sofrendo com o transtorno no mundo. No Brasil, 5,8% da população sofre com depressão — o que significa mais de 11,5 milhões de pessoas.
A doença é caracterizada por um transtorno mental, que produz alterações de humor. Tais mudanças são caracterizadas por tristeza profunda, relacionada com sentimentos de dor, baixa autoestima, distúrbios do sono e apetite, além de falta de concentração. Em casos mais graves, a depressão também pode resultar em suicídio — sendo atualmente registrados 800 mil casos no mundo.
Nos últimos anos, temos observado que a depressão não apenas é mais prevalente em pacientes com doenças cardíacas, como também é fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração —o que acaba sendo ainda mais grave nestes pacientes.
Algumas teorias sugerem que mecanismos causais de doenças coronárias (infarto, angina) e de insuficiência cardíaca, são semelhantes aos relacionados às causas de depressão. Os principais mecanismos propostos são:
- Hipercortisolemia;
- Hiperatividade simpática;
- Anormalidades plaquetárias levando a fenômenos trombóticos;
- Ativação do sistema imunológico promovendo inflamação;
- Fatores genéticos;
- Associação da depressão com comportamentos que predispõem à doença cardíaca.
Os pacientes com depressão alimentam-se de maneira inadequada, tem maior prevalência de tabagismo, de sedentarismo e, portanto, maior incidência de diabetes e de níveis elevados de colesterol e triglicérides no sangue. Todos esses fatores resultam em maior chance e gravidade de doença cardíaca.
Hoje, sabe-se que pacientes com depressão têm um risco de mortalidade quatro vezes maior após 6 a 18 meses do evento de infarto agudo do miocárdio infarto agudo do miocárdio. A Associação Americana de Cardiologia recomenda o tratamento da depressão como importante intervenção para melhorar o prognóstico da doença cardíaca. Evidências atuais demonstram que o tratamento adequado da depressão melhora o prognóstico da doença cardiovascular.
Assim, devemos ressaltar a importância do diagnóstico e do tratamento da depressão na população geral — não só visando o equilíbrio mental, mas também tendo como objetivo promover a saúde cardiovascular. Enfrentar a depressão é necessário, pois trata-se de um problema de saúde pública com impacto na qualidade de vida de milhões de pessoas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.